CARPINTEIRO ALBINO






Natural de Elvas, onde viu a luz do dia a 29 de Dezembro de 1938, Carpinteiro Albino começou nas "lides" de piloto um pouco tardiamente, em 1966, ao volante de um VW 1200. Isso não foi contudo impeditivo de ter de imediato demonstrado um enorme à-vontade no manejo do volante, que resultou, logo no ano seguinte, na vitória naquela que foi a primeira edição do Rali TAP. Navegado pelo fiel Silva Pereira e aos comandos do Renault R8 Gordini azul, estava nesse momento a fazer história - embora sem o saber. Foi um triunfo que passou a constar em todas as "Bíblias" do automobilismo internacional e, mais que isso, o R8 azul passou a ser um "fetiche" que, ainda a saúde o permitia, desfrutava amiúdas vezes. "Para que o carro não enferrujasse" - como gostava de dizer.

Em 1968, então com Raposo de Magalhães a seu lado, ainda com o mesmo carro, terminou em 5º no Rali TAP e venceu a Volta ao Minho e o Rali Rainha Santa. Em 1969, foi de novo 5º no Rali TAP - então com António Morais e ao volante do Saab 96 V4. E seria com este carro que, em 1970, viria o título de Campeão Nacional de Ralis, na categoria Turismo Especial, depois de mais duas vitórias (Grande Rali Nocturno e Rali Safari dos Montes Alentejanos) e o 2º lugar no Rali Targa, de novo com Silva Pereira a seu lado.

O seu último ano de competição a tempo inteiro foi em 1973, ao volante do Fiat 124 Spyder. Então, foi 2º no Rali do Sherry e no Rali da Montanha, 5º no Rali às Antas, 6º no Rali Rainha Santa e 8º na Volta ao Minho.
Depois disso, veio a Revolução de 1974 e, com a paragem quase total da competição automóvel, Carpinteiro Albino decidiu dar outro rumo à sua carreira. Sempre dentro do mundo dos automóveis, ao qual esteve indissociavelmente ligado até à hora das sua morte. Membro dos quadros da Galp, foi durante muito anos a imagem da gasolineira portuguesa no desporto automóvel, como "conselheiro" naquela área e responsável pelo apoio directo a muitos pilotos, alguns deles em início de carreira, todos eles com nome firmado no panorama actual do automobilismo nacional. Casos de Manuel Gião, Carlos Sousa ou Miguel Campos, para só citarmos alguns dos mais recentes.

Além desta sua faceta profissional, Carpinteiro Albino tinha uma outra paixão: o modelismo. Dono e senhor de uma paciência ilimitada e de uma cultura de pormenor incrível, a sua casa era um querido "atelier" onde, altas horas da noite, construía e aperfeiçoava, ao mais ínfimo detalhe, à escala, alguns dos modelos mais emblemáticos do automobilismo mundial. A sua colecção de miniaturas é enorme e, de uma forma cabal, a prova do amor que Carpinteiro Albino sempre nutriu pelo desporto automóvel. Ao fim e ao cabo, ela é também a memória de um homem bom, que fica para sempre entre nós.

FONTE :http://autosport.sapo.pt




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