SADO

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No final da década de 70, numa época de forte contenção económica o Entreposto lançou a proposta “made in Portugal” para a produção de um automóvel citadino: o Sado. Esta ideia surgiu para inverter a tendência das crescentes dificuldades que o sector automóvel atravessava, em consequência dos aumentos dos custos e da redução das vendas.

O Entreposto assumiu um papel criador e empreendedor ao lançar o “Projecto Ximba”, que viria a ter duas fases bem distintas. Uma primeira fase, entre 1975 e 1978, e que se pode considerar como a fase de definição básica do produto a fabricar. A segunda fase, entre 1979 e 1982 e que consistiu em detalhar, fabricar, testar e desenvolver, todos os aspectos do veículo, de modo a garantir a sua produção em termos economicamente viáveis e uma utilização simples, fiável e económica. Poderemos chamar-lhe desenvolvimento do produto.


Este veículo seria uma economia de divisas para o país, procurando utilizar o máximo de incorporação nacional que era tecnicamente possível no momento, e uma economia para o comprador, uma vez que o seu custo inicial era inferior aos veículos automóveis existentes no mercado. O seu objectivo era ser funcional e ter baixos custos de produção e manutenção aliado à fiabilidade bem como um consumo reduzido.


Utilizou quase 70% de incorporação nacional, incluindo a mão-de-obra, numa altura em que a legislação para os veículos montados em Portugal e destinados ao mercado interno impunha uma percentagem mínima de incorporação nacional de 22%.


Industrialmente a ideia iria vingar no início da década de 80. Pela sua limitada produção, é um veículo quase desconhecido da maioria das pessoas que na maioria dos casos o comparam depreciativamente aos “sem carta” e consequentemente subestimam-no.


Posto à venda em 1982 por cerca de 262.125 escudos (cerca de €1.307, não tendo em conta o coeficiente de desvalorização monetário), o carro não chegava para as encomendas… as solicitações eram muitas o que fez com que as primeiras 50 viaturas feitas e postas à venda pelo Entreposto se esgotassem rapidamente, surgindo as inevitáveis listas de espera.


Em síntese, teremos de considerar que o Sado é produto de um desafio contínuo superado pelo Engenho e Arte de uma forma que nos podemos orgulhar. Um passo indelével na História da Indústria Automóvel em Portugal.


Características Técnicas:

28 CV
2 Cil.
547 CC
4 Vel.
480 Kg
110 Km/H

FONTE: http://marceloxoliveira.com

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